Resident Evil 7 conseguiu gerar um burburinho enorme na internet depois de sua apresentação na E3, a Capcom de forma bem interessante liberou 3 demos subsequentes do jogo, o que fez aumentar ainda mais o hype da galera e gerar cada vez mais comentários e especulações. As notícias indicavam que o jogo estaria voltando às origens e que esse seria um novo grande começo à série. Será que é tudo isso mesmo, um grande retorno triunfal de Resident Evil? É isso que veremos agora.
Jogabilidade
Uma das mudanças da câmera para primeira pessoa é para provocar uma imersão maior à atmosfera do jogo, mesmo muita gente sendo contra, eu desde o início achei interessante em colocar essa nova jogabilidade à série. Muitos acusaram que seria apenas uma cópia de jogos como Outlast ou Alien Isolation, o que eu discordo, já que esses jogos são muito diferentes do RE7 e cada qual apresentam particularidades únicas. Vale lembrar que mudanças foram necessárias para que a série continuasse a ter relevância, e muitas das mudanças também simbolizaram as características e capacidades tecnológicas que o jogo poderia arcar no momento. Na época dos três grandes clássicos e primeiros jogos, era impossível fazer um jogo como o RE4, que foi revolucionário e influenciou demais jogos posteriores e, inclusive, os que não eram de temática horror. Com a era atual, RE7 consegue assim como RE4 fez, trazer novidades interessantes, e ela não seria à jogabilidade em primeira pessoa, já que vários outros títulos de terror trouxeram esse tipo de câmera, mas sim a adição de poder jogar com realidade virtual, até então meramente ilustrada com poucos jogos não tão significantes que mais pareciam tech demos para apresentar à tecnologia ao público.
Para os que ainda insistem em falar mal da jogabilidade, o jogo em nenhum momento apresenta as "facilidades" de gameplay de jogos FPS tradicionais, é nada mais e nada menos que um RE transportado para primeira pessoa, com suas lentidões e imprecisões como já conhecemos, mas isso é bom.
Survival Horror e Atmosfera
Um dos fatores fortes do jogo é a atmosfera magnífica que a Capcom conseguiu recriar para esse jogo. As referências ao primeiro RE vem logo de cara, com a enorme casa dos Bakers pronta para ser explorada. A sensação de entrar em cada sala com cautela, com passos sorrateiros e sempre presentando atenção às pequenas variações de luzes e sons nos faz emergir completamente as sensações dos RE clássicos. A casa principal dos Bakers é sem dúvida magnífica, infelizmente não supera a eloquência da grande mansão clássica do RE1, mas não deixa de ser maravilhosa, nos dando uma sensação real e nostálgica.
Essa atmosfera consegue captar um estilo survival horror muito forte, principalmente nas primeiras partes do jogo, já que era isso também que grande parte dos fãs da série queriam, um retorno ao survival horror e com cenários mais minimalistas e sem as ações megalomaníacas dos jogos anteriores.
Para atendar de forma ainda maior essas expectativas, o jogo apresenta o kit dos clássicos de ter pouca munição e itens de sobrevivência, forçando o jogador a ser mais cauteloso e estratégico em alguns momentos. Para quem tá acostumado com a série, se sentira com certeza em casa nisso, mas diferente até dos clássicos da série, RE7 exige uma vasculhada mais precisa e minuciosa, já que há itens bem difíceis de achar e que facilmente o jogador irá perder. Para minimizar isso, a Capcom colocou no jogo um item consumível e meramente escasso que gera highlights dos itens próximos a você temporariamente, é recomendável usá-los apenas quando você sentir que tá faltando algo ou faça que nem eu, que usava em alguns momentos para saber a posição de alguns itens e dar reload sem ter que gastar esse consumível ¯\_(ツ)_/¯.
O gráfico do jogo é bem detalhado e impressiona sim, mesmo com algumas pequenas falhas já que o cenário é bastante estático, eu discordo que muitos comentaram que eles não seriam impressionantes. A imersão à atmosfera do jogo é bem cumprida em quase toda a sua totalidade. O problema são as partes finais do jogo que apresentam nitidade um menor trabalho elaborado em seus cenários, com level design menos arrojados e caprichados.
Os puzzles voltaram e estão mais presentes que os últimos jogos da série, porém eu não senti dificuldades grandes na quase todos os puzzles, somente um puzzle em especial me fez parar para pensar durante sei lá, uns 20 minutos até conseguir solucioná-lo. Mesmo sendo importante o retorno deles para incrementar a série como nós a conhecemos, achei que faltou um pouco mais de criatividade e dificuldade para torná-los ainda mais interessante, de qualquer forma, foi uma ótima adição.
Inimigos
Ahh, os Bakers. Não há dúvidas de que eles são o grande charme do jogo, principalmente o paizão nervoso Jack Baker. Mas todos tem seu brilho e, digamos, o seu momento de brilhar no jogo. Eu gostei muito do Jake e da Marguerite, a forma como a Capcom conseguiu introduzi-los e manejá-los ficou fantástica, fazendo com que os encontros com eles sejam marcantes e interessantes. Já o Lucas, o filho do casal Baker, não chega a ser tão interessante como os outros dois, porém há também o seu momento de "brilho" e depois de uma grande vasculhada em seu quarto na casa principal, entendemos como é a forma de "atacar" do filho Lucas.
A família em si é um show a parte, mas não podemos dizer o mesmo para os inimigos mais comuns apresentados. O que a Capcom fez de capricho nos Bakers ela fez de descaso nos outros. Praticamente o jogo inteiro só enfrentamos um tipo de inimigo chamado de morfados e suas variações. Houve pouca criatividade neles, já que eles lembram e muito os regeneradores do RE4 e os da série Revelations, até a turma dos zumbies se encaixariam melhor aqui, sendo esses sem dúvida mais carismáticos. Lá pro final do game entendemos melhor como esses inimigos do RE7 são gerados, mas ainda assim não deixa de ser broxante um jogo dessa magnitude carecer de desafios diferentes dos monstros como já conhecemos.
Apesar dessa falha notória da Crapcom, as boss fights são interessantes e diferenciadas, gostei de todas elas.
Enredo e História
A história ser menos megalomaníaca é um fator que vejo com bastante grado. Os títulos anteriores sempre foram grandes conspirações mundiais e algo indo até mesmo para uma temática de guerra. Resumidamente, RE7 se centraliza numa história mais minimalista, marcada por um enredo não totalmente direto e que acaba nos prendendo com algumas revelações.
Nesse é apenas uma história comum, de um homem chamado Ethan à procura de sua mulher. Nesse ínterim, muita coisa acontecem, como a ida de Ethan até as residências do Bakers e as suas descobertas macabras. Nada de cidades inteiras pegando fogo, de guerras e helicópteros atirando por todos os lados.
Boa parte do que acontecesse é narrado por cutscenes diretamente com os personagens principais, outras partes são feitas via fitas VHS e os tradicionais arquivos e documentos que encontramos espalhados ao longo do jogo.
Eu particularmente não achei muito interessante à adição das fitas, são poucas fitas e mesmo elas contando partes importantes do jogo, a sensação que me deu é que a Capcom não conseguiu explorar totalmente o uso delas no jogo. Talvez seja birra minha por quebrar um pouco o ritmo do jogo, mas elas acabam sendo até interessantes, mas de forma não totalmente satisfatória.
E as partes finais?
O jogo é dividido em atos que não são claros, mas se subentende perfeitamente assim.
Veredito Final
RE7 foi um tentativa ousada e bem-vinda de tentar revitalizar a série, apesar de algumas falhas, valeu a pena jogá-lo e quem sabe ele ditará o rumo que a Capcom irá destinar os próximos títulos da franquia.
Enfim, essa foi minha análise atrasada(hahaha) sobre o RE7. Espero que tenham curtido, até mais galera.
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