Retroanálise Silent Hill - PS1




Uma marca no mundo dos games modernos de tantas formas diferentes. Silent Hill saiu no fim dos anos 90, onde o primeiro Playstation entrava na sua reta final e se estabeleceu como um clássico do gênero, do console, da época, dos games. Virou uma entidade famosa da cultura pop nos anos 2000, foi pro cinema, teve mais excelentes games que foram vitais na geração seguinte e tudo começou aqui.

Silent Hill é revolucionário de muitas formas. Desde o inicio dos anos 90 já tínhamos o surgimento dos survival horrors com Alone in the dark e Resident Evil que consolidou tudo, e várias cópias de RE começaram a aparecer, sempre baseado naquela atmosfera de terror B. SH elevou o horror a outro nível, se apoiando igualmente em filmes arthouse de terror psicológico japonês e no trabalho do cineasta avant-garde David Lynch - que seria ainda mais referenciado no jogo seguinte.

O que resultou no jogo mais creepy que os videogames já tinham visto até então. A atmosfera confusa, perdida, violenta, cheia de imagens bizarras e perturbadoras de hospitais e escolas infantis, set pieces bizarros (quem lembra do "gato"?), a sensação de estar desnorteado sem entender o que está acontecendo - ao mesmo tempo o sofrimento emocional de um pai procurando pela filha, colocavam a série, em termos de assustar, patamares acima dos "acidentes em experimentos em mansões" que muitos survival horrors vinham tentando.


No gameplay, mesmo ainda desenvolvendo em cima da fórmula de itens/puzzles de RE, SH acrescentou muito também. Era um jogo de mundo aberto, onde você podia andar pela cidade e explorar certas locações. Isso no hardware limitadíssimo do PS1, sendo um dos poucos e o melhor jogo aberto do console - a maioria dos outros, também poucos, jogos de mundo aberto pré GTA3 na época vinham pra PC.

E a equipe, cheia de excelentes decisões artísticas, contornou as limitações do hardware usando o FOG e a escuridão como justificativa estética para o FOV limitado do PS1. A música e os efeitos sonoros do Akira Yamaoka, que ia virar um artista vital na indústria, já desde o inicio é uma das maiores cartas da série. A história é excelente, contada de forma minimalista e cabe a você juntar as partes - ainda há finais diferentes. O jogo é totalmente 3d, outro grande impacto, e tem visuais belos pra época e pro console - numa época que a maioria dos jogos tinham cenários pré-renderiados. Alguns cenários são repetitivos, mas é perfeitamente compreensível visto as limitações do PS1.


Se o jogo tinha problemas, eram sua dublagem e o combate, que pelo resto da série, nunca foi algo tão divertido quanto em outros games do gênero - como se os monstros e bosses fossem quase uma distração a verdadeira experiência Silent Hill. Mas nenhum dos dois estraga a grande experiência que esse game é e o grande acontecimento que ele foi.

Acho que considero o melhor da série até hoje - e considero SH2 e SH3 clássicos também, e eventualmente por questões técnicas, jogos mais bonitos e completos, mas ambos desenvolvem em cima do primeiro, que começou do zero e teve o maior impacto. Um marco na história dos games, necessário pra fãs de terror.


Essa foi a análise, espero que tenham gostado. Até mais :)
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